HISTÓRIAS / Armindo Abreu e a Atafona do Sobreiro: um legado de engenho e família
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Armindo Abreu e a Atafona do Sobreiro: um legado de engenho e família
Armindo Abreu partilha a história da Atafona do Sobreiro - um engenho raro movido a sangue, que hoje se mantém preservado como símbolo da herança familiar e da tradição rural.
Armindo Souto Gonçalves Abreu revela a história da atafona da sua família, localizada no Sobreiro. Embora não saiba ao certo se foi construída pelo avô ou pelo bisavô, garante que o engenho tem cerca de 150 anos e foi usado durante gerações para moer cereais, tanto para consumo próprio como para prestar serviços à comunidade. Movida por um animal - neste caso, uma vaca da raça marinhoa -, a atafona funciona através de um sistema quase totalmente em madeira, com exceção do veio em ferro. O mecanismo inclui uma roda principal com 116 dentes e uma roda secundária com 66, exemplificando a engenhosidade tradicional desta estrutura rural. Armindo destaca com orgulho o facto de tudo se ter mantido como antigamente: o piso em areia original, ainda com marcas visíveis do uso prolongado, é uma das provas vivas da autenticidade do espaço. Confiante no futuro, acredita que os seus filhos continuarão a cuidar da atafona, assegurando a sua preservação e mantendo-a visitável para as próximas gerações.